Man Ray


Pintor, fotógrafo e um dos nomes mais conhecidos no mundo do surrealismo e Guy Bourdin outro grande nome da fotografia trabalhou para Man Ray como assistente.

Emmanuel Radnitzky mais conhecido como Man Ray, nasceu na Filadélfia dia 27 de agosto (mesmo dia que eu!) de 1890 e se tornou fotógrafo, pintor e anarquista norte-americano.

Man Ray era filho de judeus-russos emigrados para os Estados Unidos. Ainda muito novo, em 1913 mudou-se para Nova York onde estudou arquitetura, engenharia, artes plásticas e se projetou na pintura.

No ano de 1915 conhece o pintor francês Marcel Duchamp, com quem funda o grupo Dada Nova-Iorquino, para entender melhor o que significa este grupo, precisa entender o que é o Dadaísmo.

Dadaísmo é um movimento anti-arte surgido na Suiça em 1916. Esta palavra, não tem um significado exato, por isso mesmo, foi escolhida como nome do grupo. Quando se diz que Dada é um movimento anti-arte, isto quer dizer que o Dadaísmo surgiu para destruir a noção de arte vinda do passado e propor a mais radical interrogação sobre o que é arte.

É importante dizer que em 1916 a Europa está em plena primeira Guerra Mundial, e que estes artistas partiam do princípio de que a falsidade, a crueldade e a violência que tinham conduzido o mundo à destruição tinham, também, produzido uma arte falsa e que não havia, portanto, razões para poupar a destruição. Essa arte bela e falsa devia ser destruída.


Man Ray em 1921 junto com seu novo amigo e também pintor Marcel Duchamp, entram em um outro movimento ligado a arte. Este movimento é conhecido como Surrealismo.




O Surrealismo, aparece na década seguinte, basicamente em 1925 e ele já não tem mais a idéia de destruição da arte como tinha o movimento Dadaísta. Mas descobre que em arte, a única realidade verdadeiramente importante é a pessoa, aquilo que chamamos conflitos interiores: a agressividade, os sonhos, os terrores, os desejos, os impulsos e outros sentimentos pessoais.

Assim, ele percebe que esta arte é tudo, menos convencional. Nasce assim uma nova pintura, e uma nova escultura que utiliza processos com a associação livre de elementos muito diferentes daqueles ensinados nas escolas de belas artes.

Depois de um tempo, o pintor começa a trabalhar como fotógrafo para financiar a pintura e com esta nova atividade, desenvolve a sua arte, a Rayographie que seria a raiografia ou fotograma. São imagens abstratas, obtidas sem o auxílio da câmera, mas com a exposição à luz de objetos previamente arrumados sobre o papel fotográfico.





Em uma entrevista no ano de 1.974, Man Ray conta porque se dedicou à fotografia: 


“Fui pintor durante muitos anos antes de me tornar fotógrafo. Um dia comprei uma câmera só porque não gostava das reproduções que os fotógrafos profissionais faziam de minhas obras. Nessa época apareceram as primeiras placas pancromáticas e possibilitaram se fotografar em preto e branco, conservando os valores das cores. Estudei com muita aplicação e depois de alguns meses, me tornei um expert. Meu interesse maior era com as pessoas, especialmente com os rostos. Em lugar de pintar pessoas, comecei a fotografá-las, e desisti de pintar retratos, ou melhor, se pintava um retrato, não me interessava em ficar parecido. Finalmente conclui que não havia comparação entre as duas coisas, fotografia e pintura. Pinto o que não pode ser fotografado, algo surgido na imaginação, ou um sonho, ou um impulso do subconsciente, fotografo as coisas que não quero pintar, coisas que já existem.”







Ele ainda utilizou um outro processo para sua fotografia, o processo desolarização, expõe momentaneamente à luz durante a revelação, o papel fotográfico já imprimido, o que vem a alterar a imagem, e obtém assim um contorno escuro à volta de uma imagem, parece uma foto surrealista, ou seja, obtém-se uma silhueta em volta a sua volta. Algo diferente, fora do normal.

Auto Retrato








Não cansado de inovar, ele ainda foi cineasta, produziu filmes surrealistas como L’Étoile de Mer em 1928 com auxílio da técnica da solarização, e em 1.949 mudou-se para a Califórnia para explorar possibilidades expressivas da fotografia, dando aulas sobre o tema. Seis anos depois, retorna à França, e em 1963 publica a sua autobiografia chamada Auto-Retrato.

Man Ray permaneceu na França fotografando e fazendo muito sucesso com exposições e entrevistas até que dia que faleceu em 18 de novembro de 1976,  foi enterrado no famoso cemitério de Paris, o Montparnasse.

Confira algumas fotos