Guy Bourdin deu um novo sentido à fotografia, deixando claro que o mais importante é seduzir pela imagem, e não pelo produto.
Nascido em Paris em 1928 e batizado de Guy Banarès, foi abandonado pelos pais com menos de 2 anos e adotado por Maurice Désiré Bourdin, que o educou com a ajuda da mãe, Marguerite Legay. Foi em 1948, ao prestar serviço militar no Dakar, que Bourdin teve seu primeiro contato com fotografia, treinando como um cadete na Força Aérea Francesa. Ao retornar, em 1950, Guy conheceu Man Ray, tornando-se seu pupilo, e no mesmo ano realizou sua primeira exposição de desenhos e pinturas. A segunda, já de fotografias, veio em 1952 e também foi sediada em Paris. Na época, fotografava paisagens e, ao colocar em cena os passantes, começou um processo de experimentação e aperfeiçoamento, intuindo seus futuros editoriais de moda. Os ensaios para a Vogue começaram em 1955 e perduraram com sucesso até 1987.
Sua formação foi feita na França do pós-guerra, em um clima social conservador cheio de tabus e de censura, o que colaborou por seu fascínio pelos artistas Man Ray, Edward Weston e Magritte. Influenciado pelo Surrealismo, assimilou o estilo principalmente no que se refere à liberdade e à ousadia. Tinha uma única percepção das artes, publicidade, moda e principalmente da vida, juntando ao seu trabalho inovador, marcou uma nova era no mundo da criação de imagem. A narrativa de suas fotografias, tão cuidadosamente preparada, faz com que o espectador mergulhe em um mundo de fantasia, glamour, prazer, perigo e suspense.
Guy Bourdin começou a produzir imagens de ícones da moda, fotografou e filmou compulsivamente suas observações sobre aquele universo. Os registros também oferecem novas perspectivas de sua busca visual e emocional acerca de um mundo específico, interpreta, enfatizando o perfeccionismo do fotógrafo e o quanto ele estudava cada imagem, buscando aprimorar seu olhar.
Trabalhando na Vogue, o fotógrafo conheceu o Charles Jourdan, tornou-se referência com os anúncios de publicidade da marca de sapatos Charles Jourdan, com quem contribuiu durante 15 anos. Seu senso de humor afiado e sua estética erótica ganharam ainda mais força na fotografia comercial. Bourdin percebeu que o bizarro e os temas proibidos atraiam a atenção, dessa forma, suas imagens apresentavam uma narrativa voltada para o sexo e a violência. O artista abordava esses temas de forma sofisticada e, por vezes, escandalosa. Suas modelos sempre se postavam de forma a parecerem vulneráveis, às vezes até mortas, e nunca encaravam a câmera, a singularidade de seu trabalho também se encontra no jogo entre o real e o irreal, entre o mistério e o surrealismo: “Enquanto todos os anúncios são iguais, ele explora o olhar através de uma fechadura”. Em seu currículo ainda estão campanhas para Chanel, Issey Miyake, Christian Dior, Emanuel Ungaro, Gianni Versace, Loewe, Pentax e Bloomingdale’s.
Apesar de não ter gozado da mesma fama de seus contemporâneos (Helmut Newton, Richard Avedon e Willian Klein), talvez pelo fato de ser avesso à exposições, Bourdin é um dos artistas que mais influenciou a fotografia de moda nos últimos tempos, entre seus admiradores estão David LaChapelle.
Guy Bourdin conseguiu unir o olhar de um pintor à liberdade de um fotógrafo, criando imagens com histórias inesperadas e composições e cores fascinantes. Essa mistura entre foto e arte contemporânea, fez com que ele fosse um dos precursores da fotografia no mundo da moda.
Guy Bourdin deu um novo sentido à fotografia, deixando claro que o mais importante é seduzir pela imagem e não pelo produto.
Confira aalgumas fotos de Guy Bourdin
Fontes: Wikipédia - Site Oficial - Fotos Guy Bourdin
http://foto.espm.br/index.php/dicas/perversao-sofisticada-de-guy-bourdin-chega-a-porto-alegre/