O fotógrafo e diretor de filmes publicitários é reconhecido como profissional multimídia. Trabalhou em NY nos estúdios de Steve Bronstein e Andreas Heiniger e, no Brasil, na Editora Abril. Em 1990 abriu seu próprio estúdio, tornando-se um dos principais fotógrafos de moda e publicidade do Brasil.
Em 1991, como diretor de fotografia, atuou ao lado de alguns dos mais importantes nomes do cinema nacional, como Ricardo Van Steen, Walter Salles, Andrucha Wadingtton e Fernando Meirelles. Seu primeiro longa é de 2004, Noel, o Poeta da Vila, indicado para o Prêmio ABC, e 4 anos depois, Eu e meu guarda-chuva, pela Conspiração Filmes.
Como diretor de cena, especializou-se em beleza, moda, carros, fazendo filmes para marcas como o Vivara, C&A, Schultz, Arezzo, Itaú, Volkswagen, Nike, Nestlé e Renault, entre outras.
Veja um pouco do trabalho maravilhoso e Paulo Vainer
ENTREVISTA – PAULO VAINER- Filme Noel Rosa
Como foi a definição do conceito visual do filme?
Pela sua formação de artista plástico e pelo seu longo envolvimento com o projeto, Ricardo se preparou para as filmagens com uma pesquisa visual muito rica e detalhada, boa parte calcada em pintores dos anos 40, como Ismael Nery e Di Cavalcanti. A partir dessas referências conceituais, outras questões foram definidas, como a utilização de uma luz basicamente frontal. Além disso, Noel foi inteiramente filmado com câmera na mão, na busca de um corpo a corpo intenso com os atores/personagens. Ricardo foi um diretor extremamente dedicado. Ele me dava o conceito e eu tentava transformar esse conceito em realidade, ou seja, em filme.
E como você se preparou para estrear na direção de fotografia de um longa-metragem vindo da publicidade?
Dirigir um longa de cinema era um sonho antigo. Por minha conta, revi alguns filmes, como Kansas City, de Robert Altman e Ajuste Final (Miller´s Crossing) dos Irmãos Coen, que apresentam uma atmosfera interessante daqueles anos. E Ricardo tinha uma definição muito clara do que queria. Publicidade é um grande laboratório quando se tem um pouco de cultura e, no meu caso, um sonho de fazer cinema que espero continuar.
Qual o papel da reconstituição de época na fotografia?
A reconstituição de época é sempre uma camisa de força, sobretudo em uma cidade que tem seu passado arquitetônico tão degradado quanto o Rio. Fazer um filme de época em Paris ou Roma deve ser bem diferente. O filme teve uma importante pesquisa de locação, algumas construções e áreas foram preservadas, e há bonitas cenas de respiração – a seqüência de Noel e Ceci a praia, por exemplo. Mas, Noel é, sobretudo, um filme de personagens. Nesse sentido, quem manda é o enquadramento – o tempo todo seguindo os atores com câmera na mão.
E como foi a relação da câmera com os atores?
A melhor possível. Rafael Raposo fotografa muito bem – não só nas cenas de ação como nas cenas de abstração e reflexão em que ele aparece pensando, compondo. É um ator extremamente concentrado. Camila Pitanga é um fenômeno de fotogenia - a luz cai sobre ela de forma espantosa.
Foto making of Luciana Prezia
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Confira no site oficial os Filmes :
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