O site norte-americano AlaFoto disponibilizou, para uso não comercial, um acervo de mais de cinco mil imagens de grandes mestres da fotografia do século XX. As fotografias cobrem o período de 1920 a 2010. Entre os nomes que integram a galeria estão: Ansel Adams, um dos responsáveis pela aceitação da fotografia como expressão artística; Henri Cartier-Bresson, considerado o pai do fotojornalismo, e, para muitos, o maior fotógrafo que já existiu; Dorothea Lange; Helmut Newton; Elliott Erwitt; Irving Penn; Man Ray; Walker Evans, entre outros.
Ansel Adams
Ansel Easton Adams foi um fotógrafo americano (20 de fevereiro de 1902 – 22 de abril de 1984), filho de Olive Bray e Charles Hitchcook Adams, um homem de negócios. Aos doze anos, mostra um grande talento musical, aprendendo sozinho a tocar piano. Em 1916, realiza fotografias no Parque Nacional de Yosemite, numa viagem com a família, utilizando uma Kodak nº 1 Box Brownie, que ganhou de presente dos pais. Adams voltaria todos os anos para lá, até o final de sua vida. Suas fotografias mais conhecidas foram feitas nesse parque, principalmente as do grande monólito.
Buscando uma fotografia enquanto arte pura, um grupo de fotógrafos funda o coletivo f/64. Juntamente com Ansel Adams, participaram da fundação: Edward Weston, Willard Van Dyke, Imogen Cunningham, e outros, para promover uma “fotografia purista”. Enfatizam uma fotografia com imagens nítidas, máxima profundidade de campo, papeis fotográficos com baixo brilho, concentrando-se unicamente nas qualidades do processo fotográfico. A concepção de fotografia do f/64 influenciou muito a carreira de Ansel Adams, no seu entendimento da técnica fotográfica.
Um trecho do manifesto do grupo f/64 nos ajuda a compreender melhor a obra de Adams: “O nome deste grupo deriva de um número do diafragma das lentes fotográficas. Isso significa um largo alcance de qualidade referente à claridade e definição da imagem, o que é um importante elemento no trabalho dos integrantes do grupo”.
Henri Cartier-Bresson
Henri Cartier-Bresson nasceu em 1908, em Chanteloupe, na França, e morreu em 2004. Sua fotografia foi influenciada pelo húngaro André Kertész. Bresson teve inúmeros discípulos, que também se tornariam lendas da fotografia, entre eles: Robert Doisneau, Willy Ronis e Edouard Boubat. Suas fotografias estamparam as revistas mais importantes e famosas do mundo, como “Life”, “Vogue” e “Harper’s Bazaar”. Autor de uma extensa galeria de fotografias icônicas, com retratos de Pablo Picasso, Braque, Alberto Giacometti, Henri Matisse, Paul Claudel, Paul Valéry, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Albert Camus, foi ele também quem fotografou os últimos dias de Ghandi.
Bresson foi o primeiro fotógrafo da Europa Ocidental a registrar a vida na União Soviética de maneira livre. O jornalista Truman Capote o descreveu como um homem apaixonado pelo seu ofício: “Ele dançava na calçada como uma libélula inquieta, três grandes Leica penduradas ao pescoço, a quarta colada ao olho, disparando cliques com uma intensa alegria e uma concentração religiosa de todo o seu ser. Nervoso e alegre, dedicado ao seu ofício, Cartier-Bresson era um homem solitário no plano da arte, uma espécie de fanático”.
Man Ray
Man Ray começou a trabalhar em 1911 como pintor e escultor e teve contatos íntimos com a arte vanguardista da Europa. Em 1915, começou a voltar-se para a fotografia, trabalhando como fotógrafo independente, realizador de cinema e pintor. Em 1917, foi co-fundador do Grupo Dada de Nova York. Em 1921, foi para Paris, onde trabalhou com os surrealistas. Além das suas atividades artísticas, aceitou projetos comerciais, especialmente nas áreas de retrato e fotografia de moda. Regressou aos Estados Unidos em 1940 e viveu 10 anos em Hollywood, dando aulas de pintura e fotografia. Em 1951, voltou a Paris, onde permaneceu até sua morte.
Man Ray é considerado um dos pioneiros da fotografia contemporânea. Juntamente com Lee Miller, desenvolveu o processo de solarização, utilizado sobretudo em retrato, mas também em fotografias de nus. Com as suas “radiografias”, proporcionou um importante ímpeto à fotografia sem câmera. A amizade com artistas de vanguarda do seu tempo abriu as portas para o reconhecimento da fotografia no meio artístico. Man Ray, de nome verdadeiro Emmanuel Rudnitzky, nasceu na Filadélfia (EUA), em 1890, e morreu em Paris (França), em 1976.
Para conhecer a Galeria, acesse aqui.
por Espaço f/508 | 2 de fevereiro de 2011
Imagens do único livro de Francesca Woodman, Some Disordered Interior Geometries, publicado em 1981.
Com apoio do XI Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, a fotógrafa Luana Navarro desenvolve a pesquisa teórica CORPO E FOTOGRAFIA: sujeito olhado, sujeito que olha – a fabricação instantânea de um corpo outro, que tem como objetivo pensar e explorar as diversas noções de corpo problematizadas por diferentes artistas que utilizam a fotografia.
A pesquisa pretende pensar a fotografia a partir dos preceitos do sociólogo e filósofo Jean Baudrillard, nos quais a fotografia é tomada “como o lugar de um jogo duplo, o espelho de aumento da ilusão e das formas”, constituída de um efeito de simulação, a apresentação de uma aparência e que já não deve mais ser pensada como um duplo da realidade. As relações são abordadas a partir da leitura de alguns trabalhos de artistas contemporâneos que se apresentam muito mais como o início de alguns debates e da investigação dos discursos artísticos que problematizam a noção de corpo, utilizando para isso a fotografia.
Alguns dos artistas pesquisados são Francesca Woodman, Robert Mapplethorpe, Liu Bolin, Stephen Shore, Fernanda Magalhães, John Coplans, Edward Weston, Anuschka Lemos e Kelli Conell. Para compartilhar o processo de pesquisa, Luana mantém um blog com o estudo de algumas das suas referências.
Luana Navarro atua como artista visual, realizando trabalhos com enfoque em fotografia. Atualmente participa do curso de especialização em História da Arte Moderna e Contemporânea na Escola de Música e Belas Artes em Curitiba, e cursa paralelamente Filosofia na Universidade Federal do Paraná.
A pesquisa desenvolvida pela fotógrafa encontra-se à disposição em nosso Espaço para consulta e também pode ser visualizada aqui.
Acesse aqui o blog do projeto.
por Espaço f/508 | 7 de janeiro de 2011
O trabalho de Judy Dater desenvolveu-se junto à segunda onda do movimento feminista nos Estados Unidos, na década de 1970. Ao mesmo tempo em que mulheres começavam a expressar insatisfação com o status quo da época, Dater explorava relações sociais, políticas e pessoais do corpo feminino em sua fotografia.
Historicamente (e, inegavelmente, ainda nos dias de hoje), em muitas plataformas, a imagem do corpo feminino transmite vulnerável passividade; algo a ser consumido visualmente por outras mulheres, por desejo de projeção, mas, principalmente, por homens, com suas fantasias. Dater mostrava mulheres bem resolvidas com seu corpo e sexualidade, desafiando o padrão de submissão feminina vigente nos anos 70. Em suas imagens, elas mostram confiança em ocupar o espaço, tranquilas na sapiência de seu pleno direito de fazê-lo. Ousam olhar diretamente para a lente; se colocam de forma a exaltar o valor de ser mulher, e de o ser, não necessariamente, como objeto de desejo. Isso ocorreu ao mesmo tempo em que surgia uma nova percepção do corpo feminino, em alguns nichos da sociedade, trazida pela Liberação das Mulheres nos Estados Unidos. Dater ajudou a promover um novo pensamento ao quebrar normas subliminares, mostrando um conceito mais amplo de feminilidade.
Sua fotografia mais famosa é Imogen and Twinka, de 1974. Nela, a jovem modelo Twinka Thieband, feérica, é observada pela fotógrafa Imogen Cunningham, uma senhora, amiga de Dater, à época com 91 anos. A imagem apresenta um contraste interessante, que se relaciona à diferença de idade entre as duas mulheres, o que é ressaltado pela nudez da jovem contra a pesada vestimenta da senhora. No entanto, ambas compartilham aquele mesmo espaço em uma floresta remota, trocando olhares que revelam entendimento, cumplicidade.
Em uma pertinente – e bastante informal – entrevista para os Arquivos de Arte Americana do Smithsonian, Dater revela o que a levou a realizar Imogen and Twinka. Quando criança, nutriu uma obsessão por Persephone, pintura do regionalista americano Thomas Hart Benton, a qual vira em um livro de arte de seus pais e que a perturbara por muito tempo. Nessa imagem, Benton cambiou a ambientação do mito grego para um espaço rural, onde a jovem Perséfone é desapercebidamente observada por um rude homem do campo. Em Imogen and Twinka, Dater transmuta a situação de perigo para uma de cumplicidade, que dialoga diretamente com a união entre as mulheres em sua luta por voz.
Menos conhecidos são os retratos que fez de si mesma em situações estereotípicas femininas, provocando questionamentos acerca dos papeis das mulheres na família e sociedade. Além disso, séries de autorretratos de seu corpo, moldando-se à natureza, evocam o vínculo da mulher com a Terra; estátuas romanas, no esplendor do ideal corpóreo, em contraste com reais cidadãos romanos. Fotografou homens também, junto aos inúmeros modelos – homens e mulheres – que convocava dentre conhecidos e estranhos. O critério para o convite, segundo ela, era simples interesse, não em termos sexuais, mas interpessoais. Se ela julgasse uma pessoa interessante para se fotografar, a convidava.
Dater se declara influenciada pelas composições formais de Edward Weston e August Sander. Hoje, seu trabalho é principalmente voltado a retratos minimalistas, de fundo preto ou branco, feitos em estúdio. O foco é puramente o aspecto visual da pessoa, livre de artifícios.
Judy Dater publicou alguns livros, ganhou vários prêmios e bolsas, lecionou e expôs inúmeras vezes. Uma lista de suas principais realizações pode ser vista aqui.
por Espaço f/508 | 13 de outubro de 2010
Foto: Paul Strand
Em comemoração aos 200 anos da Independência do México e aos 100 anos da Revolução Mexicana, a Aperture Foundation promove a exposição Paul Strand in Mexico. A mostra, em cartaz até o dia 13 de novembro, na galeria da Aperture em Nova York, reúne diversos trabalhos do fotógrafo norte-americano Paul Strand, incluindo impressões antigas, stills do filme Redes, de 1983, e documentos inéditos da sua estadia no México.
A exposição configura-se um importante registro histórico de um período de profundas transformações políticas e culturais no México, causadas pela Revolução no início do século passado. Paul Strand fez sua primeira visita ao país em 1932, a convite de Carlos Chávez, um famoso compositor mexicano. Diante do cenário que encontrou, Strand pôde dar continuidade a uma linha de trabalho que vinha desenvolvendo em Nova York, a straight photography, uma fotografia direta, realista e sem intervenção do autor na montagem da cena.
Durante sua permanência no México, Paul Strand atuou como diretor do Departamento de Fotografia e Cinema no Secretariado Mexicano de Educação Pública, produzindo ativamente. Foi nesta época que desenvolveu um método próprio de trabalho, o qual se tornou a base do projeto que hoje está presente na exposição: os retratos coletivos de outras terras. Strand viajou por inúmeras cidades rurais, onde fez retratos surpreendentes dos moradores, além do registro de belíssimas paisagens, igrejas barrocas e ícones religiosos.
Dando continuidade às homenagens, a Aperture Foundation promoverá, no dia 15 de outubro, um simpósio, reunindo acadêmicos e profissionais estrangeiros para discutirem a estadia de Paul Strand no México. Temas como o modernismo latino-americano; a política revolucionária e os filmes de 1930; e a identidade méxico-americana serão colocados em discussão. Nomes como John Mraz e Mike Weaver integram a banca de debatedores. Durante o simpósio, serão exibidas versões remasterizadas de dois clássicos filmes de Strand: Redes (1983) e Manhatta (1921).
Nascido em Nova York, Paul Strand é considerado um dos grandes fotógrafos do século XX. Juntamente com Alfred Stieglitz e Edward Weston, colaborou para a consolidação da fotografia enquanto manifestação artística. Com inúmeras produções em fotografia e cinema, Strand trabalhou durante seis décadas transitando pelos países da América, Europa e África. Alguns de seus projetos mais conhecidos são Time in New England (1950), La France de Profil (1952), Un Paese (1955) e Living Egypt (1969).
Outras informações sobre o simpósio e a exposição Paul Strand in Mexico aqui.
Para conhecer outros trabalhos do fotógrafo, clique aqui.
por Espaço f/508 | 2 de julho de 2010
Nascido em Munique (Alemanha), em 1963, o fotógrafo Michael Wesely, residente em Berlim, já esteve no Brasil, fotografando e expondo seu trabalho. A relação entre imagem e cidade, objeto privilegiado no trabalho de Wesely, já o levou a fotografar as capitais brasileiras: Brasília e São Paulo. Em 2002, o fotógrafo alemão participou da 25ª Bienal de Arte de São Paulo e, sob o tema Iconografias Metropolitanas, apresentou imagens realizadas entre 1997 e 1999, da reconstrução urbana da famosa praça de Berlim, Potsdamer Platz, juntamente com o trabalho New York Verticals.
As fotografias da Potsdamer Platz foram destaque na Bienal de 2002 não só porque retratam um processo de reestruturação urbana marcante no final do século XX, mas, principalmente, pela forma com que a praça alemã foi retratada. Tomando o momento fotográfico como objeto investigado, Michael Wesely desenvolveu uma técnica especial para que pudesse trabalhar com tempo de exposição de até dois ou três anos, utilizando filmes comuns. As imagens geradas por esse processo contêm uma infinidade de detalhes e remetem a um vídeo, condensado em um único frame.
O trabalho é um verdadeiro retrato da metrópole contemporânea, onde estão presentes o movimento e as mudanças provocada pelo tempo. Para Wesely, o olhar sobre Berlim, enxergando as divisões que estiveram presentes durante tantos anos, é inevitável, assim como o interesse pelas mudanças dos lugares que frequentava desde a infância.
Para cada série fotográfica, Michael Wesely adota um tipo de técnica, conforme vão surgindo as demandas à concretização de suas ideias. Em American Landscape (1999-2000), Wesely utiliza uma câmera feita manualmente, com uma fenda horizontal no lugar do tradicional diafragma circular, e registra paisagens que se tornaram mundialmente conhecidas pelas lentes de grandes fotógrafos, como Edward Weston e Ansel Adams. Essas paisagens se tornaram tão famosas que a tarefa de criar algo novo com os mesmos cenários pode soar bastante trabalhosa.
Na obra de Wesely, no entanto, estas paisagens se transformam quando capturadas pela estrutura especial das câmeras feitas por ele, tendo por resultado algo que perde as referências com relação ao original. A horizontalidade das imagens, assim como sua riqueza de cores, fazem alusão a desertos, canyons ou paisagens costeiras, mas o mistério de sua beleza ainda permanece escondido. Trata-se de um novo instante sobre um objeto conhecido e, ao mesmo tempo, uma retomada de motivos fotográficos supostamente esgotados.
O fotógrafo está com um outro trabalho em cartaz na Galeria Oscar Cruz, em São Paulo, até o dia 7 de julho. A série Time Works representa o recorte dado por Wesely ao seu próprio trabalho, após uma atual revisão que fez de toda a sua produção. Integram a exposição tanto imagens inéditas quanto trabalhos concluídos nos últimos anos.
Conheça mais sobre Michael Wesely aqui.
por Espaço f/508 | 18 de março de 2010
Foto: Dorothea Lange. Mãe Imigrante, 1936
Pela primeira vez, a casa de leilões Sotheby’s coloca a venda uma coleção de fotografias baseada não no trabalho de um artista ou de um tema, mas de um tipo específico de tecnologia: a Polaroid. Inventada pelo fotógrafo Edwin Land, em 1943, a câmera que imprime a imagem de forma instantânea popularizou a fotografia e redefiniu a estética fotográfica do século XX.
A coleção reúne mais de 1.200 fotografias, produzidas, em sua maior parte, com câmeras Polaroid por artistas como Peter Beard, Chuck Close, William Wegman, David Levinthal, Robert Frank, David Hockney, Andy Warhol, Robert Mapplethorpe e Ansel Adams.
Foto: Ansel Adams
As imagens começaram a ser coletadas, em 1956, pelo próprio Edwin Land, com a ajuda de Ansel Adams, Dorothea Lange, Imogen Cunningham, Edward Weston, Harry Callahan e Margaret Bourke-White. Os amigos adquiriram o primeiro conjunto de fotografias da coleção, que trazia um retrato da atriz Farrah Fawcett, feito por Andy Warhol nos anos 70, entre outras raridades.
As fotografias serão vendidas por determinação de um tribunal do estado de Minnesota (EUA). A companhia que adquiriu a empresa da Polaroid em 2005 está sendo investigada por fraude.
O leilão acontece nos dias 21 e 22 de junho, em Manhattan, Nova York. O valor estimado para a venda das imagens é de cerca de 7,5 a 11,5 milhões de dólares.
por Espaço f/508 | 29 de novembro de 2009
Lançado em março de 1988 pela gravadora independente 4AD, o álbum Surfer Rosa, da banda norte-americana Pixies, é frequentemente citado em listas que classificam os melhores discos de rock dos últimos tempos. Apesar de não ter alcançado grande sucesso comercial, Surfer Rosa agradou à crítica e inspirou figuras importantes do rock alternativo, como o vocalista Kurt Cobain, fã assumido da banda. O álbum está entre as referências do Nirvana para a criação do disco Nevermind.
A capa do Surfer Rosa é carregada de simbolismos, assim como seu conteúdo. As letras de Black Francis, principal compositor e vocalista do grupo, eram geralmente enigmáticas e surrealistas. Francis teria idealizado parte da capa enquanto escrevia canções. A imagem da dançarina de flamenco talvez possa ser associada às letras em espanhol e referências a Porto Rico presentes no álbum.
O fotógrafo Simon Larbalestier, autor das imagens de todos os discos dos Pixies, adicionou o crucifixo e o poster rasgado ao cenário. Nascido no Reuno Unido, em 1962, Larbalestier teve por influência artistas como Edward Weston, Ansel Adams e Duane Michals.
As fotos da capa e do encarte de Surfer Rosa foram realizadas no bar em frente aos escritórios da gravadora 4AD. Uma amiga de um amigo da banda vestiu-se de dançarina de flamenco e, em topless, posou para a foto símbolo do álbum. No encarte, ela aparece em diversas poses.
Conheça mais sobre o fotógrafo Simon Larbalestier aqui.
por Espaço f/508 | 20 de outubro de 2009
A sociedade americana, como todas as outras sociedades mundo afora, tem seus problemas, alguns comuns a todas as outras, alguns específicos. Além de consumirem mais do que realmente necessitam, os americanos sustentam uma obsessão em pôr os filhos para fora de casa o mais rápido possível, e a ida para a universidade é a grande oportunidade para ajudá-los nessa empreitada. Para se vingarem, os filhos hospedam os pais em casas de repouso no final de suas vidas. A Flórida está cheia delas, devido ao clima e a distância do resto do país.
Em 1955, três anos antes de sua morte, já completamente imobilizado pelo Mal de Parkinson, Edward Weston ouviu três tiros dentro de sua casa. Essa foi a solução que o filho dele achou para a interminável briga entre os gatos de Edward que já perturbavam toda a vizinhança, devido à incapacidade do dono em tratá-los com a necessária atenção.
Weston (22/3/1886 – 1/1/1958), um dos mais influentes fotógrafos americanos, viveu tão intensamente quanto fotografou. Ostentava a fama de namorar todas as suas modelos, e de gostar de fazer grandes festas com várias delas ao mesmo tempo. Foi um dos co-fundadores do grupo F-64, que entre outros membros possuía Ansel Adams e Imogen Cunninghan.
Gostava de fotografar com uma câmera 8×10, com abertura extremamente pequena, para possibilitar o máximo de profundidade de campo. Iniciou-se na fotografia aos 16 anos, quando ganhou sua primeira câmera, uma Kodak Bulls Eye.
Tornou-se popular com sua série de nus que parecem vegetais, ou de vegetais que parecem nus. Devido à inovação do seu trabalho, foi o primeiro fotógrafo da história a receber uma bolsa da Fundação Guggenhein, em 1937.
Em 2004, a tradiconal Sotheby, de Nova Iorque, vendeu uma de suas fotografias por US$ 1,6 milhão. Weston tirou sua última foto na Califórnia, em 1948, no Parque Marinho de Point Lobos, já com extrema dificuldade devido ao estado avançado de sua doença.
Fonte: Século Diário/