Blog Paraty em Foco.
A fotografia 3D ainda não pegou e talvez não venha a ser uma realidade, tento há mais de um ano publicar meus trabalhos em 3D e sempre fica difícil concretizar, seja pelo custo dos óculos ou por medo do cliente.
Jacques Dequeker - Foto Luciana Prezia
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Como você avalia o panorama atual da fotografia de moda?
Jacques Dequeker: Acho que a fotografia de moda está em busca de novidades, tem muita gente boa no mercado e acaba ficando tudo meio parecido, ainda mais depois da era digital e toda nova tecnologia (claro que não estou falando dos grandes nomes como Steven Meisel, Mert & Marcus, e outros ícones da moda). Todos estão em busca de algo novo pois é difícil se destacar. Os editoriais e campanhas filmadas são uma novidade que vão agitar o próximo ano, pois as revistas digitais e a nova tecnologia das câmeras abriram este espaço e serão a “bola da vez”.
Foto : Jacques Dequeker / Campnha LOOL
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A fotografia 3D ainda não pegou e talvez não venha a ser uma realidade, tento há mais de um ano publicar meus trabalhos em 3D e sempre fica difícil concretizar, seja pelo custo dos óculos ou por medo do cliente, mesmo assim publiquei alguns trabalhos em 3D este ano. Fotografar editoriais de moda no Brasil é sempre mais difícil do que “lá fora”, pois não temos a mesma verba e nem o mesmo prazo de entrega. Aqui fotografamos quase sem recursos e temos que entregá-los logo em seguida, diferente de outros mercados onde tudo é feito muito antes de ser publicado. Acho que o fotógrafo de moda no Brasil é no mínimo criativo.
Jacques Dequeker , Felipe Veloso, Max Weber
e Talita Pugliesy- Foto Luciana Prezia |
Qual o caminho que fotógrafo deve percorrer para chegar aonde você chegou visualmente?
É interessante ser assistente de algum fotógrafo que atue na área desejada, no meu caso não foi bem assim; eu fui assistente de fotógrafos de publicidade, mas meu pensamento foi a moda desde o início.
A determinação e autenticidade são fundamentais e, claro, a SORTE sempre é bem vinda. O mercado da moda é muito fechado e só se entra nele com alguma novidade para mostrar, e depois para se manter nele é preciso de cada vez mais novidades, por isto exercitar a criatividade é tão importante!.*
Making Of LOOL - Foto Luciana Prezia
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A realização de projetos pessoais de fotografia colaboram ou influenciam na criação dos seus conceitos para as composições do seu trabalho com moda?
Sempre é bom de fugir dos trabalhos feitos para os clientes, é preciso fotografar para si também pois isto alimenta a alma e desenvolve a criatividade, é um exercício necessário.
Tanto meus projetos pessoais (fotografar tubarões, skate, surf) como meus filmes de moda que venho desenvolvendo me alimentam para meus trabalhos do dia-a-dia.
Quando você olha para seu trabalho desde o início, tem alguma foto ou ensaio que você hoje se arrepende de ter feito? Como você acha que podemos aprender e melhorar nosso trabalho com os erros e arrependimentos?
Não me arrependo de nada, todos meus trabalhos serviram para meu aprendizado, mas acho que gosto de apenas uns 30% do que já fiz. Se fosse ficar arrependido seria um fotógrafo frustrado.
Eu aprendo com o que não deu certo e tento corrigir, sempre penso que meu maior fã sou eu mesmo e faço o que tenho vontade no momento, assim não vou me arrepender do que me pediram para fazer e eu não acreditava.
É um pouco de egoísmo, mas o fotógrafo que não acredita no que está vendo tem que mudar de profissão, somos nós que apertamos o gatilho.
Quais fotógrafos você citaria como grande inspiração para o seu trabalho?
Irving Penn, pela elegância e Helmut Newton, pela força da imagem estes são dois grandes inspiradores para mim.
E quais artistas fora da fotografia te inspiram?
O surrealismo de Salvador Dalí seria uma boa referência.
Qual o ensaio que você sempre quis fazer, mas ainda não teve a oportunidade?
Eu queria fotografar o Mike Tyson.
Mike Tyson - Foto Reprodução
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Acho que ainda prefiro os Tubarões das aventuras de Jacques e sua esposa Rachel.